\section{Introdução} A pandemia da COVID-19 trouxe diversos problemas para a socidade em que vivemos, em específico à educação. Discentes e docentes vivenciaram uma gama de problemas como: perda de aprendizado, desigualdade digital, adaptação ao ensino remoto, dentre outros. De frente à essa varidade de problemas, é importante ressaltar a adaptação ao ensino remoto. As instituições de ensino, com o objetivo de se adaptar à esse cenário de ensino remoto, foram em busca de ferramentas para suprirem a necessidade de comunicação e ensino entre alunos e professores. Ferramentas como \textit{Google Classroom, Microsoft Teams e Moodle}, foram muito utilizadas para suprirem essa necessidade. Porém, à que custo? As EdTechs vêm conquistando um espaço cada vez maior nos dias atuais. Elas são empresas ou projetos que utilizam tecnologia para melhorar a educação, oferecendo soluções como softwares, plataformas online e métodos pedagógicos inovadores. O objetivo é facilitar o acesso ao conhecimento, personalizar o ensino e otimizar processos educacionais em diferentes ambientes, como escolas e cursos online. Porém, a que custo? O relatório \textit{Problems with data governance in UK schools: the cases of Google Classroom and ClassDojo} \cite{data-governance-in-uk-schools} realizado pela Digital Futures Comission (DFC) constatou que serviços como o \textit{Google Classroom} e \textit{ClassDojo} utilizam de maneira indireta os dados de alunos e professores que fazem uso de suas plataformas. O próprio relatório cita que é quase impossível descobrir quais dados são coletados por essas EdTechs. Por exemplo: as políticas do \textit{Google Workspace for Education} mostram os vários tipos de dados coletados pela empresa durante o uso do \textit{Google Classroom} por crianças. Uma vez combinados, isto é suficiente para construir um perfil completo de cada criança, incluindo a sua identidade, localização, biometria, preferências e capacidades. É quase impossível descobrir a natureza e a extensão desta recolha de dados. A crescente dependência das universidades brasileiras em relação às soluções das GAFAMS (Google, Apple, Facebook, Amazon, Microsoft) é também motivo de preocupação devido à possível perda de controle sobre dados sensíveis e estratégicos. Segundo o \textit{mapeamento das instituições públicas de ensino superior brasileiras que utilizam ou nao alguma solucao das GAFAMS} \cite{gafams-brazil-usage} realizado pelo \textit{Observatório Educação Vigiada}, 72\% das instituições brasileiras utilizam soluções da Google e 8\% optam pelas soluções da Microsoft, o que demonstra um claro domínio dessas empresas estrangeiras no cenário educacional do país. Essa concentração em plataformas controladas por grandes corporações estrangeiras levanta questões sobre a privacidade, segurança e soberania dos dados das instituições de ensino, destacando a importância de buscar alternativas que promovam a autonomia tecnológica e a proteção dos interesses nacionais. Além do cenário da fragilidade de dados, há também a questão da usabilidade do sistema. \textit{Google Classroom} e \textit{Microsoft Education}, foram pensados para atender o maior número de casos de uso possíveis, o que pode gerar um efeito colateral em não suprir os casos de uso específicos das instituições de ensino que os utilizam. Podemos explicitar um desses casos de uso específico como o cenário onde uma atividade atribuída aos alunos pertence à mais de uma disciplina, as chamadas atividades interdisciplinares. Nesse cenário, todo o processo de entrega da atividade é feito de maneira duplicada. Não somente os casos de uso por parte dos discentes sofrem com a generalização das funcionalidades de tais sistemas, mas principalmente os docentes. Utilizar uma ferramenta que atende às necessidades específicas e que consequentemente facilita a gestão de aprendizado dos discentes pelos docentes é algo de grande valor para a sociedade acadêmica. Tendo em vista a proteção dos dados das pessoas, a melhora da usabilidade e a flexibilidade de evolução e adaptação das funcionalidades de uma plataforma de ensino para o IFMG, propõe-se a criação do IF Salas: uma plataforma de ensino para o IFMG de código aberto. O IF Salas tem como objetivo suprir todas as necessidades citadas anteriormente, além de possibilitar a auditoria de todo o código fonte por qualquer pessoa ou instituição interessada, uma vez que seu código fonte será disponibilizado publicamente. É importante exaltar que todos os objetivos de melhoria de usabilidade em relação às outras plataformas de ensino foram pensadas com base em dados de pesquisas realizadas com docentes e discentes do IFMG, o que contribui para a relevância da usabilidade dessa plataforma para a comunidade acadêmica, uma vez que é criado um senso de colaboração na instituição de ensino.